quinta-feira, 27 de novembro de 2008

POEMA PUZZLE-9ºA

Publicada em 1934, quase um ano antes da morte do autor, a Mensagem de Fernando Pessoa aborda o passado glorioso de Portugal, tentando explicar a decadência em que, entretanto, caímos.

Os alunos do 9º A, no âmbito da actividade Poema Puzzle, receberam os versos d’O Infante e trataram de deixar a sua própria mensagem:

O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
(Fernando Pessoa, Mensagem)



Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce
Quem te sagrou criou-te português.

Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
Cumpriu-se o mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
(9ºA)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

NÃO AO RACISMO

No dia 30 de Novembro termina o prazo para entrega de textos para o nosso concurso criativo. Em Dezembro anunciaremos o vencedor e entregaremos o prémio prometido. Entretanto, aqui fica mais uma participação de um aluno da nossa escola:


Não ao Racismo

Há pessoas muito racistas
E eu não gosto de as ver,
Quando as descubro fico triste
Só apetece desaparecer!

Quero ver é luzes brancas
Nas garras da desilusão
E trazer Paz e Amor
No fundo do coração!

Quantos inocentes sofrem
E não conseguem ultrapassar
A falta de amizade
Que só os faz chorar?

O racismo só dá mesmo
Cobardia e falsidade
E só por se ter outra cor,
Não pode haver felicidade?


(Leonardo Santos)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

POEMA PUZZLE – 8ºA

Poeta português da primeira metade do século XX, Sebastião da Gama ficou conhecido, para além das letras, pelas suas excelentes qualidades pedagógicas, registadas nas páginas do seu famoso Diário, iniciado em 1949.

Os alunos do 8º A “pegaram” nos versos do poeta e, surpresa das surpresas, deram-lhe praticamente a mesma forma que Sebastião da Gama havia imaginado. Só o final é diferente. Ora confirmem:

O sonho

Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
(Sebastião da Gama)


Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.
- Partimos. Vamos. Somos.
Chegamos? Não chegamos?
(8ºA)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ENCONTROS IMEDIATOS

Um grupo de alunos do 6º C enviou-nos uma pequena história sobre um tema que continua a inquietar a humanidade. É mais um texto que, deste modo, habilita os seus autores ao prémio que o Cata-Letras vai oferecer assim que terminar o mês de Novembro: um livro e uma t-shirt.



Os Cinco Magníficos

Era uma vez cinco amigos: a Alexandra, a Fátima, o Jorge, a Rafaela e o Sandro.
Estes amigos eram muito aventureiros.
Um dia, ao entardecer, resolveram ir acampar junto a uma floresta escura e misteriosa.
Estavam a montar as tendas quando, de repente, ouviram um som estranho e ameaçador.
A Alexandra pensou que era um animal feroz; a Fátima pensou que era uma pessoa aflita; o Jorge pensou que era uma ave nocturna; a Rafaela pensou que era uma tempestade e o Sandro pensou que era um O.V.N.I.
Como eram realmente aventureiros, foram logo ver o que era e, espantados, viram um homem aflito, a fugir de um O.V.N.I.!
Afinal, quem tinha razão era a Fátima e, também, o seu amigo Sandro!
Os cinco amigos tentaram, então, acalmar o homem e levaram-no para o acampamento mas, curiosos como eram, resolveram voltar à floresta e entrar no O.V.N.I!
Estes meninos eram da Turma 6º C da Escola E.B.2,3/S Dr. Daniel de Matos e, desde aquele dia, nunca mais ninguém os viu.
Mandaram, entretanto, uma “sms” de Marte a dizer que estão muito bem e que só nas férias é que regressam ao planeta Terra!


Trabalho de Grupo – 6º C: Alexandra Dias – Nº 1; Fátima Simões – Nº 20; Jorge Baptista – Nº 16, Rafaela Rodrigues – Nº 20 e Sandro Rosa – Nº 24.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

POEMA PUZZLE – 7ºA

Alexandre O'Neil brincou um dia com o mundo das notícias, num belo poema que baptizou de “Amanhã aconteceu”. O 7º A aceitou o desafio de, recebido o poema em pedaços, refazê-lo de uma forma, digamos, original. Eis o resultado:


Que é notícia?

onde estou, estouvava eu?
Damos notícia um ao outro
Estava com a tia Henriqueta...
Que é notícia?

Fechada para balanço,
tia Queta dormitava.
Com a folhinha nos joelhos,
o papagaio empinado
no claro céu da manhã,
meu jornal publicado
por cima de tanto afã...
Que é notícia?

O bom do velhote ia
na terceira dentição...
O guarda-roupa, meu filho,
varia, a tragédia não...

Mas terá sido notícia?
Que é notícia?

Notícia é devoração!
Aí vai ela pela goela
que há-de engolir tudo e todos!
Aí vai ela, lá foi ela!
Nem trabalho de moela
retém notícia...

Que é notícia?

Um hoje que nunca é hoje,
um amanhã que é já ontem
entre ontens que se perdem
no anteontem dos anos
no tresantontem dos lustros...

Que é notícia?

Ontem Senhora serás.
Como eu não há nenhum!...
Amanhã acontecido,
do nosso interesse comum.

Que é notícia?

Quando o primeiro tortulho
se abre no céu (silhueta
que em símbolo se tornará)
do tortulho, que treslera,
já em feto se engelhava...

Que é notícia?

Cão perdeu-se! Por que não?
Cão achou-se! Ainda bem!
Ainda melhor, por sinal,
se o cão perdido e o achado
forem um só e o mesmo
«lidos» no mesmo jornal!

Que é notícia?

Notícia em primeira mão
na minha mão infantil:
notícia é sempre um depois,
é um a viver vivido...

Que é notícia?

Das convulsões deste mundo
dava meu pai a versão:
- Ailitla por toda a Europa...

Que é notícia?

Já o de Éfeso sabia:
não se molha duas vezes
o lenço na mesma mágoa...
Notícia sem coração!
Alcatruz que se abalança
a tornar à sua água?

(7ºA)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

POEMA PUZZLE – 6º B

Depois do 5ºA, é a vez de publicarmos a “brincadeira” que o 6ºB fez, a partir do bem conhecido poema Faz de conta de Eugénio de Andrade:

Faz de Conta

Faz de conta que sou abelha.
Eu serei a flor mais bela.

Faz de conta que sou cardo.
Eu serei somente orvalho.

Faz de conta que sou potro.
Eu serei sombra em Agosto.

Faz de conta que sou choupo.
Eu serei um pássaro louco,

Pássaro voando e voando
Sobre ti vezes sem conta.

Faz de conta, faz de conta.

(Eugénio de Andrade)


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Faz de Conta

Faz de conta, faz de conta.
Eu serei um pássaro louco,

Pássaro voando e voando
Sobre ti vezes sem conta.

Faz de conta que sou choupo.
Eu serei sombra em Agosto.

Faz de conta que sou potro.
Faz de conta que sou cardo.
Eu serei somente orvalho.

Faz de conta que sou abelha.
Eu serei a flor mais bela.

(6ºB)

terça-feira, 4 de novembro de 2008


Fonte da imagem: aqui

Até ao final deste mês, continuamos a receber e a publicar as vossas criações, no âmbito do nosso concurso criativo. Desta feita, é o Filipe Tápia que nos dá a conhecer os seus versos:


Ergue-te

Ergue-te
Atira fora a charada da tua vida.
Deixa-me acender-te o coração,
Arder a decadência da tua vida.
Sente a luz dos meus olhos,
Encontra o caminho pela escuridão hoje
Sem ter medo de ninguém.

Vem levar-me
Remove-me o medo dos olhos,
Sente a chama do meu coração
A desvanecer-se.
Toda a conversa negada
Ouvindo ninguém.
Sou precioso para ti agora?

Agora não o consigo parar.
Pura emoção
Caindo dos meus olhos.
És vindicadora,
Libertante
Salvadora da minha alma
.

Filipe Tápia, 10º ano