quinta-feira, 26 de março de 2009

OBRIGADO!

Tendo em conta o aumento das visitas diárias que o nosso blog tem registado, queremos agradecer o vosso reconhecimento pelo nosso trabalho e, sobretudo, o esforço de alunos, professores e demais membros da nossa comunidade educativa que, com os seus contributos, têm mantido uma constante qualidade dos trabalhos publicados.

Entretanto, recordamos que continua a decorrer o concurso A Minha Volta ao Mundo. Para tomarem nota do regulamento, publicado no mês passado, cliquem aqui.

SER CRIANÇA É...

Já terão reparado que, na malinha exposta no nosso polivalente, está escrito um bonito poema, cujos versos foram criados pela D. Cristina da Secretaria.

O Cata-Letras, obviamente, faz questão de publicá-lo, para que chegue o mais longe possível.

Criança

Criança é ser grande…
Criança é ter Poder…
Ser criança é o Luar…
Luar é Liberdade.
Luar é Tolerância.
Luar é toda uma Luz…
Luz é Solidariedade.
Luz é Paz.
Sol é Luz…
Luz é toda uma Vida…
A Vida é uma Criança…
A Criança é o Sol de toda uma Vida.

Cristina Dias

terça-feira, 24 de março de 2009

Na sequência da profícua colaboração dos alunos do 6º ano com o Cata-Letras, apresentamos mais três belíssimos textos realizados nas aulas de Língua Portuguesa. E muitos mais aguardam oportunidade de publicação!

A velha mendiga árabe

A velha mendiga árabe passava os dias com a sua neta, Zora. Sempre que podia, contava-lhe histórias da sua vida e a neta gostava muito de a ouvir.
Mas estava a chegar a altura de uma grande festa árabe e a velha andava muito triste e, então, Zora teve uma ideia: foi contar à sua mãe o que pensava fazer e as duas andaram algumas semanas à procura dos filhos da velha mendiga que bem cedo a tinham abandonado.
Quando finalmente os encontraram todos, disseram-lhes que eles deviam ir todos visitar a sua mãe, durante a festa, como surpresa, pois todos a tinham abandonado, sem piedade.
Então, a primeira coisa que Zora fez foi levar a avó para casa da sua mãe para, entretanto, poder arranjar e enfeitar devidamente a casa da velha.
Depois, tiveram de fazer bastante comida, preparar algumas bebidas e convidar músicos para que houvesse mais alegria.
E, finalmente, chegou o grande dia!
Todos os familiares estavam já na casa da velha e apenas faltava ela própria.
Zora foi então buscar a avó, pôs-lhe um lenço na cara e, quando chegaram a casa, ela tirou o lenço e os filhos abraçaram-na e apresentaram-lhe os outros netos.
E, ali, todos sentiram uma grande vergonha por terem, anteriormente, abandonado a mãe, prometendo nunca mais se afastarem dela, só porque já estava muito velhinha e não podia fazer quase nada.
E esta avó viveu mais feliz, a partir daquela ideia da sua neta Zora.
(David Silva - Nº10 – 6º C)



Eu sou rica

Eu vivo numa aldeia, perto de Coimbra e sou muito rica. Comprei uma empresa de férias e agora tenho mais de cem iguais, espalhadas pelo mundo inteiro.
Tenho uma casa enorme, com dez quartos, sete casas de banho, duas cozinhas, um jardim enorme, uma piscina gigante que, ao lado, tem um mini-bar, uma garagem com dez carros, três barcos e dois aviões. Tenho um luxuoso “Spa”, uma discoteca, salas de videojogos e “home cinema”, um outro bar com “ bowling” e “ snooker”, campos de ténis, de “badminton” e de muitos outros desportos. Possuo, igualmente, uma enorme biblioteca onde eu trabalho nas minhas investigações, pois sou médica cirurgiã.
Conheço praticamente o mundo inteiro: Europa, onde visitei todo o nosso Portugal, incluindo as ilhas da Madeira e dos Açores, a Escócia, a Rússia, a França, a Inglaterra, a Espanha e as suas Ilhas Canárias, a Dinamarca, a Grécia, a Alemanha e o Luxemburgo. Também já fui à África, visitar o Egipto; à Ásia, visitar o Japão, a China e a Índia; às Américas do Norte e do Sul: Estados Unidos, Jamaica, toda a zona das Caraíbas e o quentinho Brasil e o gelado Alasca! Agora, ainda me falta, por exemplo, a Austrália…
Como podem ver, com tanta viagem, tanto desporto e tocando ainda vários instrumentos musicais, eu apenas trabalho nos meus tempos livres!
Pois é, ser rico é assim: trabalhar nos tempos livres que sobram do lazer!
(Maria Pedroso – Nº 21 – 6º C)



A Missão de um Palhaço

Era uma vez um palhaço chamado Artur. Era alto, magro, desajeitado, de cabelo cor-de-laranja, mas gostava de ajudar toda a gente e, muito especialmente, as crianças.
Então, um dia, pensou que o melhor que poderia fazer era oferecer-se para pertencer ao grupo “Missão Sorriso”!
E assim aconteceu! Agora vai sempre, uma vez por semana, animar as crianças que o adoram e, junto dele, esquecem muitos dos seus problemas!
Obrigado, Palhaço Artur e parabéns! A Solidariedade é um dos mais belos sentimentos!
(Ana Teixeira, nº 2; Inês Filipa, nº14 e Luís Lima, nº 19 – 6º C)

segunda-feira, 23 de março de 2009

RECADOS DA MÃE

A partir da imagem da capa da obra Recados da Mãe de Maria Teresa Maia Gonzalez, os alunos do 7º B redigiram nas aulas de Língua Portuguesa alguns textos pessoais, preocupando-se com a caracterização física e psicológica.

O Cata-Letras aproveita para agradecer, mais uma vez, a estreita e fértil colaboração dos alunos da turma e da sua professora de Língua Portuguesa com o nosso blog.

Era uma vez uma rapariga chamada Carla. Ela tinha cabelos louros, olhos castanhos, era alta para a idade dela, tinha braços magros e mãos macias. Vestia normalmente camisola e calças e usava sempre sapatilhas pretas. Ela era muito gulosa, teimosa, curiosa, alegre, brincalhona e preguiçosa.
Um dia, a mãe de Carla pediu-lhe para ir à padaria em dela, porque estava doente. Carla foi e, quando voltava para casa, viu uma loja de gomas e decidiu entrar. Quando entrou, ficou espantada com a variedade de guloseimas que havia. Carla deu uma volta pela loja e depois foi para casa.
No dia seguinte, a mãe ficou pior e pediu à filha que fosse buscar medicamentos à farmácia. Ela foi, mas guardou algum dinheiro para ela e foi à tal loja de gomas. Comprou bastantes gomas e comeu-as todas antes de chegar a casa.
À hora de jantar, quando a mãe a chamou para ir comer, ela recusou. A mãe estranhou, pois ela costumava ter sempre fome àquela hora.
Passou uma semana e a Carla tinha poupado bastante dinheiro para ir à loja das gomas.
Depois das aulas, a Carla foi para a loja das gomas e comeu tantas que deve ter engordado um quilo.
Outra vez à hora de jantar, a mãe chamou-a para comer, mas ela recusou. A mãe disse para ela descer e perguntou-lhe:
- O que se passa?
- Nada – respondeu a Carla.
- Então por que é que não queres jantar?
- Não tenho fome, só isso.
A Carla virou-se e começou a subir as escadas, mas a mãe reparou que ela tinha um saco de gomas no bolso e perguntou-lhe:
- O que é isso que tens no bolso?
Ela corou e contou tudo à mãe. A mãe percebeu e apenas lhe deu um ralhete.
(Gonçalo Guedes, n.º 7, 7.ºB)

Era uma vez uma menina, chamada Matilde, que tinha sete anos e vivia com os pais numa aldeia, perto de uma cidade. Matilde era muito calma e simpática e adorava animais. Era pequenina, tinha cabelos compridos e ruivos, olhos verdes, esbugalhados. Era sempre muito alegre e estava sempre a sorrir.
Matilde era filha única, até ao dia em que os seus pais decidiram adoptar uma menina bebé. Ela chamava-se Iara. Iara ainda não sabia andar muito bem. Então, agarrava-se a tudo e partia muita coisa.
Matilde gostava muito da nova irmã, até porque a aldeia era muito pequenina e não havia mais crianças. Mas, depois, começou a sentir-se excluída, pois os pais deixaram de lhe dar atenção, por causa da irmã. Matilde começou a pensar que já não gostavam dela.
Como na aldeia não havia lojas nem supermercados, a mãe de Matilde pedia-lhe para ela ir à cidade, às compras.
A mãe dizia-lhe quase sempre que era preciso comprar leite para Iara.
Até que um dia a mãe disse-lhe:
- Vai à cidade comprar leite para a tua irmã!
Matilde, sem refilar, respondeu:
- Está bem. Até logo.
E saiu de casa, furiosa por ter de ir comprar leite para Iara e pensando:
- Matilde para aqui, Matilde para ali. Sempre que for preciso ir comprar leite para a Iara, é a Matilde. Mas a Iara é que recebe a atenção, ela é que é a filha mais bonita.
E depois gritou:
- Ela nem sequer é filha deles!!
Matilde pensou e decidiu que uma vez na vida, não ia fazer o recado que a mãe lhe tinha mandado fazer. Fartou-se de não receber atenção nenhuma.
A mãe dava-lhe sempre dinheiro contado para o leite, nunca a deixava comprar alguma coisa para ela.
Então, Matilde chegou à loja e o dono ao vê-la, perguntou-lhe:
- Então, são três caixas de leite?
- Não! – disse ela, enraivecida – Quero dois pacotes de batatas fritas, aquela saia ali, dois pacotes de pastilhas, três chocolates…
Depois de pagar, veio-se embora, mas não foi para casa.
Como ainda lhe sobrava dinheiro, foi a um clube de jogos e ficou lá três horas.
A mãe queria-a às quatro horas em casa, mas onde é que elas já iam…
Foi então que uma senhora que era psicóloga a ficou a observar, até que foi falar com ela. Fez-lhe algumas perguntas, como “de onde és?”, “como te chamas?”, “o que se passa?”, “estás sozinha?”…
Matilde respondeu a tudo e, então, a psicóloga percebeu o que se passava.
Foi levá-la a casa e …
(Joana Eloy, n.º 9, 7.ºB)



Era uma vez uma rapariga chamada Ana. Ela tinha dez anos e vivia com a mãe numa pequena vila, no Norte de Portugal.
Ana era uma menina bonita, com os cabelos loiros e compridos, uns olhos brilhantes como as estrelas e uma cara alegre, com lábios finos. Tinha umas pernas elegantes, que salientava com umas sandálias amarelas.
Um dia, a mãe mandou-a comprar maçãs. Preguiçosa que era, não queria ir, mas como era boa pessoa, a mãe convenceu-a a cumprir o recado.
Quando chegou à mercearia, estava lá um rapaz que ela achava giro. Como era envergonhada, não teve coragem para entrar.
De repente, o rapaz meteu conversa. Ela, corada, achou a conversa divinal. No entanto, ao olhar para o relógio, viu que já era tarde e ficou aflita. Comprou as maçãs e foi a correr para casa.
Ao chegar, a mãe deu-lhe tamanho ralhete que ela ficou amuada, mas contou a verdade à mãe. Esta, no fundo, achou graça e não a pôs de castigo.
(João Baptista, n.º 10, 7.ºB)



Era uma vez uma menina que adorava futebol.
Essa menina tinha os olhos castanhos muito escuros, o cabelo dela era curto, como o de um rapaz, e era castanho. Os lábios eram finos (cheios de cieiro no Inverno), as orelhas pequenas, as mãos tinham dedos compridos e finos, o pescoço era baixo e elegante, a boca sorridente, o nariz curto e bem feito, os braços compridos e magros e as pernas longas e magras.
Ela andava sempre de calças, t-shirts e sapatilhas, e era bondosa, alegre, simpática e amiga. Tinha a voz grossa e era endiabrada, em casa, mas envergonhada na rua (excepto quando estava a jogar futebol).
A mãe deixava-lhe sempre um bilhete com qualquer coisa para fazer: ou para ir à mercearia, ou para ir ao café. Mas ela, antes de ir fazer os favores à mãe, ia sempre jogar futebol.
Até que um dia chegou a casa e viu um bilhete da mãe a dizer que não ia estar em casa todo o dia e que só chegava por volta das nove horas da noite, pelo que ela tinha de ir fazer as compras da semana.
E a Maria, a tal menina, foi. Quando viu que os amigos iam jogar futebol, ainda tentou resistir… Porém, no momento em que ia mesmo a chegar ao supermercado, não resistiu e foi jogar futebol.
Eram nove horas e ela continuava a jogar com os amigos e nunca mais se lembrou da mãe.
A mãe chegou a casa e não a viu, telefonou-lhe, mas ela não atendeu. Chamou logo a polícia e a polícia de imediato encontrou a Maria.
Já em casa, ouviu um raspanete, levou uma estalada e a mãe disse que ela estava proibida de jogar futebol. Dizer isto à Maria era como quem a matava…
Passaram semanas e semanas e a Maria lá conseguiu convencer a mãe a deixá-la jogar futebol.
E assim a mãe passou a estar mais tempo em casa, deixando que a filha jogasse mais.
(Maria Gonçalves, n.º 15, 7.º B)

quinta-feira, 19 de março de 2009

OS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO DOS ALUNOS DO 7ºA - PARTE II

Tal como prometido, publicamos hoje os restantes textos do 7º A, realizados no âmbito da leitura do livro Sempre do Teu Lado, de Maria Teresa Maia Gonzalez:

Nóia

Vou começar por me apresentar: chamo-me Nóia, tenho cerca de sete anos humanos (em vida de cão, um ano humano corresponde a sete anos de cão!) mas já tenho mais ou menos quarenta e nove anos (de cão).
Vou falar-vos da minha vida no geral. Tinha eu nascido há muito pouco tempo, fui logo “arrancada” da minha mãe (Luna) e dos meus irmãos, excepto um, o Kruger, com quem mais tarde tive vários filhotes (uma coisa não muito boa mas, enfim…). Eu e o Kruger não éramos só “marido” e “mulher”, éramos também grandes amigos. O Kruger faleceu há mais ou menos uns dois anos, atropelado por um camião.

Deixemo-nos de tristezas! Vou-vos apresentar os meus donos, a começar pelo mais novo até ao mais velho, pode ser? A dona mais nova que tenho é a Mariana, que gosta muito de mim! A Débora é a dona que vem a seguir que, como é de esperar, também gosta muito de mim, visto que sou uma cadela amorosa. A Ana é a mais velha das três irmãs, no entanto, não é a minha dona mais velha. A mãe delas é a segunda mais velha e o Pai, esse sim, é o mais velho. Gosto muito deles todos, desde o início que me acolheram bem, me dão muitos mimos, me dão de comer todos os dias (como é normal!). Acho que sou um membro importante na família. (Mariana Lemos, 7ºA)

Fred

Olá! Antes de mais nada, eu chamo-me Fred e moro numa casinha cor-de-rosa mesmo ao lado da casa da Sandra.
Nasci no dia 2 de Abril e tenho 11 meses. Sou todo elegante, pesando apenas 25 kg.
Lembro-me de, num dia muito quente, talvez um dia de Junho, dois jovens, um rapaz e uma rapariga me irem buscar. Inicialmente, fiquei um pouco desgostoso, pois estavam a separar-me da minha família.
Fiz uma viagem muito longa e estava um pouco envergonhado, mas lá cheguei. A casa era muito grande e tinha um grande jardim para eu brincar e pular.
Os meus donos pareciam ser espectaculares e na verdade eram mesmo.
Na parte da tarde fui até à casa ao lado, onde conheci uma rapariga que, pelo que a minha dona dizia, chamava-se Sandra e ela não parava de me fazer festinhas, talvez por eu ter um pêlo tão fofinho.
Com o passar dos dias fui-me habituando, principalmente ao jardim, pois é para lá que eu levo tudo o que tiro aos meus donos (novas descobertas) e também adoro lá fazer buracos enormes, só mesmo por brincadeira porque acabo por não enterrar nada.
Penso que me apresentei como alguém decente, mas falta-me contar a minha maior aventura. Então cá vai!
Certo dia, à hora de almoço, os meus donos saíram para irem comer a casa dos avós, pelo que me senti bastante sozinho. Sem nada para fazer, pus-me a dar uns saltos, até que me passou pela cabeça que podia ir fazer uma visitinha a casa da Sandra. Sem pensar duas vezes, dei o meu maior salto e quando caí no chão, vi que estava do outro lado da rede. Dei uma volta pela casa para ver se via a Sandra, mas nem sinal dela, apenas vi umas galinhas bastante apetitosas ao fundo do quintal. Mas, nem pensar! Nem podia aproximar-me delas porque a Sandra e os pais iam chatear-se muito comigo. Quando andava meio perdido, apareceu a Sandra. Ela e o pai levaram-me para a garagem e só depois percebi porquê, é que os meus donos vinham lá todos assustados para me levarem.
Essa semana foi horrível! Estive sempre fechado em casa porque os pedreiros andavam a pôr grades novas bem mais altas!
E que tal? Gostaram? Eu tenho bem mais aventuras para contar, mas não posso, senão estava aqui o dia todo! Para me despedir de vocês deixo umas fotos de quando eu era pequenino e como eu sou agora.
(Sandra Crisóstomo, nº 20)



O Potche e a Neca

“ Olá, eu sou a Neca, e como sou muito bem-educada vou passar a apresentar-me. Tenho mais ou menos dois anos e não gosto de pensar em ficar velha. Sou muito elegante e tenho classe. Sou a gata da menina Cátia que, como eu, é muito vaidosa.
Eu só gosto de comida de lata e principalmente daquelas que têm pedaços de frango…hum, só de imaginar dá-me água na boca. Eu gostava muito de andar na rua, mas desde que um gato me rasgou a orelha numa bulha que tivemos, fiquei com medo. A minha dona mais velha (a mãe da Cátia) diz que sou chata. Embora não saiba o que significa esta palavra, tenho a certeza que é um adjectivo com bom sentido, pois eu ando sempre a miar atrás dela e ela vai repetindo esta palavra!
No outro dia, ela agrediu-me … é pena estar longe da polícia! Como eu estou inocente, vou-vos contar esta pequena história: estava ela a olhar muito atenta para a televisão, quando eu resolvi fazer umas macaquices para chamar a atenção, mas ela não olhou, voltei a repetir e nada. Até que me agarrei totalmente ao braço dela e não queria sair. Quando ela me começou a bater fracas pancadas na cabeça, larguei e fugi.
Mas estou para aqui a falar e ainda não contei como vim parar a esta casa, que é muito acolhedora. Era uma época em que não havia chuva. Fiquei um mês com a minha mãe e depois meteram-me dentro de um saco. Era dia da Criança e levaram-me para esta casa; com muito orgulho, digo que fui uma prenda para a Cátia.
A Cátia diz que eu só faço asneiras! Ainda ontem abri uma gaveta, tirei tudo para o chão e meti-me lá dentro a dormir. Isto não é nenhuma asneira, é a minha inteligência que é muito grande...!
Agora vou falar dos meus amigos. Tenho muitos conhecidos (cães, gatos etc…) e tive um melhor amigo, o Licas, que morreu ao comer alguma coisa que tinha veneno. Ele era muito brincalhão. Mas também tenho inimigos como a gata da vizinha que, quando vai para Lisboa, fica aos cuidados da avó da Cátia. Também não me dou muito bem com a cadela da Cátia, a Natacha, porque ela é vinte vezes maior que eu… mas pelo que ouvi dizer é muito meiguinha.
Pronto, já falei um bocado sobre a minha vida.
Eu queria agradecer à professora Ana Lúcia por toda a atenção que me está a dar ao ler este texto.
A minha dona, a Cátia, mandou pedir desculpa à sua cadela, a Natacha, por não lhe ter solicitado um texto sobre a sua vida, por falta de tempo. Mas agradece a sua compreensão e manda-lhe um beijinho. Até à próxima!”


“Olá meus amigos, vou contar-vos a minha história. Antes disso…ah, mas que maneiras as minhas, esqueci-me de me apresentar! Comecemos do princípio:
Olá meus amigos, eu sou o Potche e sou o cão mais novo da minha dona, a Cátia. Tenho mais ou menos quatro anos, que para mim já é muito tempo de vida.
Vou-vos falar da minha vida que já é muito longa… eu cheguei a casa dos avós da Cátia (a minha dona mais nova, como já disse) com apenas dois meses e nesse tempo era uma bolinha de pêlo muito fofinha. Tive uma sorte bestial porque os meus queridos donos iam passar férias no dia a seguir. Fomos todos num carro de baixa qualidade para a Tocha. Fui acampar pela primeira vez e gostei muito, mas só de pensar que me meti debaixo de um carro que deitava um líquido preto ao que os humanos chamam de óleo… nem me quero lembrar. Os avós da Cátia é que não acharam muita graça, mas como eu sou um bom cãozinho, perdoo-lhes!
Toda a gente que passava pela casinha de pano onde eu estava a acampar dizia umas “cenas” como:
- Oh que lindo cãozinho!
- Sim, que bolinha fofinha!
Quando viemos outra vez para a minha querida terrinha, comecei a crescer e agora sou um cão de tamanho médio. Comecei a criar laços com os outros animais da minha dona, com a gata Neca, a mandona da casa, e o gato, o Pantufa que, infelizmente morreu há uns meses e era o velhinho da casa. E com a Cadela…cadela? Aquilo é mais um monstro ao meu lado! Esse monstro feminino chama-se Natacha, a gigante de cá.
E agora cá estou a viver um dia de cada vez!
O que eu acho da Cátia é que é muito meiguinha, simpática, corajosa… aliás todos os adjectivos que conheço de bom sentido. Mas por vezes é muito teimosa e distraída.
Pelo que já vi, gosta muito de cantar e dançar. Também gosta de desenhar roupa (pois quer ser estilista).
Queria agradecer à professora de Português da Cátia, pois graças a ela vou ser famoso por dois minutos no mínimo! E assim termino a história da minha vida!”
(Cátia Rosa, nº5)


O gato da Andreia Oliveira


Estava eu triste, perdido na solidão, num Domingo à tarde, em casa de um senhor que vivia isolado em casa, quando a sua família resolveu ir visitá-lo.
Comecei a ouvir pessoas a falar e a entrar pela porta adentro, logo estragando aquele silêncio e aquela tranquilidade que lá se mantivera durante tanto tempo.
Foi então que reparei numa única pessoa, triste, no meio daquela rambóia toda. Era uma rapariga com cabelos cheios de canudos, muito longos, pretos e com olhos azuis, que logo reparou em mim. Ela foi ter ao cesto onde eu me encontrava e pegou em mim, fazendo-me festas ao longo do meu corpo. Nunca ninguém me tinha feito nada assim, eu reparei que estava a sentir algo forte por aquela rapariga e tanto me afeiçoei a ela que nunca mais a deixei.
Quando a visita acabou, os pais dela chamaram-na e ela pousou-me em cima do cesto almofadado e muito quentinho e logo perguntou ao seu tio se poderia levar-me com ela. O seu tio primeiro disse que não, mas começou a ver uma lágrima no canto do olho da sua sobrinha e acabou por dizer que sim.
A partir dali nunca mais nos separámos.
E hoje lhe agradeço por me ter tirado daquela solidão em que me encontrava.
(Andreia Marlene Páscoa Oliveira, nº3, 7ºA)



Olá, a minha dona Andreia (mais conhecida por Pikena, mas ela gosta mais de Pikena Henriques), já me falou de uma professora chamada Ana Lúcia, de Português. Ela disse-me que gosta muito dessa tal professora e também me disse que ela é “bué de fixe”.
Agora vem a parte mais interessante, a minha história. Então cá vai: depois de regarem as batatas, os meus donos (isto ainda em Góis), estavam para se vir embora, quando a minha dona mais velha se preparava para meter o sacho no chão e ao cair, este faz um barulho (”pock”).Ela tinha-me batido e, curiosa, pegou-me e viu que eu era uma tartaruga. A minha dona mais nova quis ficar comigo, e hoje cá estou eu, como podem ver. O meu nome é “Grandinha” porque eu sou grande por natureza.
(Andreia Henriques 7ºA Nº2)

terça-feira, 17 de março de 2009

ALUNOS DO 7ºA APRESENTAM OS SEUS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

No âmbito da leitura do livro Sempre do Teu Lado, de Maria Teresa Maia Gonzalez, a professora Ana Lúcia solicitou à turma A do 7º ano a redacção de textos que tivessem como protagonistas os seus próprios animais de estimação. De facto, à medida que iam lendo a obra, os alunos não resistiam a fazer comparações entre o Félix e os seus próprios animais. Daí que a maioria dos alunos optasse por “dar voz” ao seu animal, aproveitando para contar um pouco da sua história. Outros preferiram ser os narradores da história ou fazer um comentário ao livro que deu a conhecer a “a carta de um cão”.
Hoje publicamos a primeira série de textos e ainda durante esta semana publicaremos os restantes:

Joca

O meu animal de estimação chamava-se Joca, tinha 7 anos e era um caniche.
A minha cadela veio viver cá para casa há cerca de 3 anos. Ela ainda era pequenina, muito tímida e portava-se muito bem.
Quando queria ir à rua, andava de um lado para o outro e não parava quieta, gostava muito de ossos e não gostava de outra coisa. A minha mãe tinha que andar sempre a comprar patas de galinha, para lhe fazer!
Gostava muito de tomar banho, e estava sempre muito quietinha. Não fazia as necessidades dentro de casa, só na rua.
Também adorava passear, não saía de perto de nós.
Eu gostava muito dela até que aconteceu uma coisa muito triste.
Eu, e o meu irmão andávamos a brincar com ela cá fora, até que ela começou a correr muito devagarinho, e de repente caiu. Eu fui logo ver, até o meu pai chegar e confirmar que ela tinha morrido.
Eu e o meu irmão ficámos muito abalados, chorámos muito, e até agora não temos mais animais de estimação com medo que aconteça alguma coisa como aconteceu à Joca.
(Mariana Santos, nº 17 )


Kika

Olá, eu chamo-me Kika e estou aqui hoje para falar um pouco sobre a minha vida com o Vitinho.
Tudo começou quando ele me foi buscar à minha antiga casa, que era a casa da Mariana Correia. Ele pegou em mim e meteu-me dentro de uma pequena, aliás, minúscula caixa, onde eu estive trancada durante 1 hora até chegar a casa dele (não me senti nada bem!). Mas, como era a primeira vez que estava com ele, fiz um enorme esforço para não o arranhar logo que ele me tirou lá de dentro. Tudo acabou por correr bem. Quando cheguei à casa dele, ele foi mostrar-me tudo, e mostrou-me também onde eu iria ficar (na casa de banho). Não me cheirou lá muito bem… calma, a casa de banho estava limpa! O que não me cheirou lá muito bem foi o facto de ter de lá ficar sozinha.
Então ele meteu lá tudo o que eu precisava: a caixinha com areia (muito sinceramente não percebi para que servia, mas mais tarde lá descobri), as tacinhas com a comida e com a água, uma caminha e um peluche muito fofinho com que eu me aquecia todas as noites.
No dia seguinte acordei muito cedo e ainda estavam todos a dormir, então decidi observar tudo com mais atenção. Foi então que me meti dentro do bidé por uma abertura que há por baixo, pareceu que aquele sítio me deu sono e voltei a adormecer. Quando ele acordou não sabia de mim (instalou-se o pânico!), mas como o vi tão aflito, miei para ele saber onde eu estava e foi então que ele foi em meu socorro (porque eu estava presa lá dentro). Ele lá me conseguiu tirar de e eu larguei a correr pelas escadas acima e escondi-me num sítio onde ninguém me pudesse ver, porque tinha medo que me metessem lá dentro outra vez.
Onde é que eu me fui esconder, perguntam-me vocês?
Claro, fui esconder-me em cima da cama dele, no meio dos bonecos…
Apesar do meu belíssimo esconderijo, ele encontrou-me, mas já não me meteu dentro da casa de banho outra vez, pelo contrário, durante o dia até me deixa dormir em cima da cama dele.
E pronto, esta é a história e o acontecimento mais “marcante” na minha vida!
(Vítor Simões, nº 22)



Zuri e Nero

Olá chamo-me Zuri! Sou um dos melhores amigos do André que é um dos meus donos. Tenho três: o mais velho de todos é o Júlio e depois é a Rosa! Tratam-me bem e isso é que interessa! Eu adoro-os e sei que o sentimento e mútuo da parte deles
A seguir vem a minha história, mas leiam com atenção porque entra amor e muita compaixão de ambas as partes!
Eu desde o início que sou um privilegiado! Quando me tiraram da minha mãe, eu estava no carro, e o André ao olhar para mim e para a minha mãe, soltou sem se aperceber uma lágrima que me caiu justamente na cabeça! Logo percebi que entre nós havia um carinho muito forte mas era só o começo do que sentimos um pelo outro! Somos como irmãos, como o sol é para a vida, ou seja, inseparáveis!
Mas como dizia eu… a lágrima dele caiu-me na cabeça e quando senti que ele estava triste, comecei a tentar brincar com ele e consegui arrancar um sorriso daquela boca… entretanto vínhamos a caminho da nossa casa e ele vinha agarrado a mim que nem uma lapa, como se estivéssemos colados um ao outro, e desde aí nunca mais nos largámos um do outro! Somos inseparáveis! Posso estar a ser repetitivo, mas a nossa relação é muito forte… Na manhã seguinte, lembro-me como se fosse hoje, estava eu a chorar de saudades da minha mãe que, infelizmente, já não se encontra entre nós em carne e osso, mas sim em pensamento e no coração dos que a mais amaram. Mas, continuando, estava eu a chorar e ele acordou com os meus latidos e mesmo de boxers veio em meu apelo, pegou em mim e deitou-me no colo dele. Ali, naquele momento, houve um choque que me tranquilizou, como se ele fosse uma espécie de mãe, mas em versão humana! Brincámos, e as gargalhadas eram tão fortes que rapidamente, as saudades desapareceram, como por magia! Desde aí que tenho acompanhado o crescimento dele. Estou aqui a lembrar-me dum jogo que costumamos fazer: ele faz-me as perguntas e estica as mãos e eu tenho de pôr a minha patinha na mão para dizer que concordo com a resposta que eu quero dar; são muito simples, é só sim ou não… Nós cá nos entendemos à nossa maneira e somos muito felizes como levamos a vida.
No ano passado não me deixou contente com as notas no final do ano porque ele chumbou… mas só lhe fez bem para ele abrir os olhos, para ver quem eram os verdadeiros amigos. A mãe bem o avisou, mas ele, como sempre, não quis crer no que ela lhe dizia, pois teve o resultado que teve e só lhe fez bem. A mãe e o pai coitados é que não mereciam! Mas agora ele está mudado e isso é que importa!!!
Em Fevereiro do ano passado chegou um invasor de territórios! O nome dele é Nero e, embora seja meu sobrinho, para mim continua a ser um invasor! Olha que coisa, agora tenho um estranho no meu território! Era o que me faltava! Para o Nero vir, o André prometeu tratar de nós e limpar os “presentes” que fizéssemos.
Mas não tem sido bem assim… de início tratava-nos, e até chegou a limpar alguma coisa, mas nada de muito significativo porque, pouco tempo depois, era a nossa dona, e às vezes durante o fim-de-semana, o nosso dono! Mas esse é a mesma coisa! A coitada da Rosinha é que tem de limpar! Não lhe chegava ter só os meus “presentes” para limpar como ainda os do porco do meu sobrinho!!!
(André Santos, nº 1)



A Mini

Vivo numa casinha azul clara, com bastantes pedrinhas e conchas (este estilo de sofá aquático deve ter sido um grande investimento). Tenho aquecimento central, serviço de quarto e ainda sistema de som.
A minha “giganta” tem por hábito ler-me histórias, o que acho didáctico, pois ajuda-me a interpretar gigantês. Gosto dos Beatles, e aquela música que é assim: “I wanted a girl…” a gigantinha é doida por essa. Nem vou comentar a respeito do Elvis.
Tenho pensado em engendrar um novo plano de fuga, arranhar a minha casinha não é eficaz e de qualquer modo, deve ter alarme.
Gostava que aquela “giganta” me prestasse maior atenção. Passa o dia fora da casinha dela, e quando volta não fala muito comigo.
Não me alimenta a horas certas, e muda o aquário dia sim, dia não. Gosto disso. Sinto-me especial quando desabafa comigo, e me diz:
- Menina, só tu me compreendes.
E di-lo num tom tão afável e confidente que concluí ser algo de agradável. Mas depois acalma-se e concentra-se de novo nas suas tarefas, deixando-me só, a pensar nela. Penso se ela pensa em mim. Adorava que assim fosse.
Costumam deambular por aí pequenos monstrinhos irritantes, gritam muito e têm ataques de histerismo frequentes. Ela chama-os de Pedro e André, devem ser ofensas metafísicas do mundo “gigantone”!
Tenho um imenso medo do escuro, ainda bem que tenho uma luzinha em casa, senão, com a quantidade de papões que devem caber debaixo da cama dela, eu já tinha sido comida á muito tempo.
A paisagem é, por vezes, desarrumada.
Fui desde pequena ensinada a adoptar o optimismo como consolo, portanto cheguei à seguinte conclusão:
-“Ainda bem que não vivo num rio gelado cheio de peixes anti-higiénicos que seria obrigada a comer. Estimo muito os meus camarões e os meus torrões de cálcio”.
Gostava de ter um namorado, mas tinha de ser liberal e inteligente. Com enorme capacidade física e uma pitada de originalidade.
Não tenho mais nada a divulgar relativamente à vida tão “gigantesca” a que sou sujeita, nem aos cuidados intensivos da minha “giganta”, que deve gostar de mim.

Texto da autoria da célebre Mini C.H, cuja giganta se chama Inês C.H (não tão célebre) (nº8 7ªA)

quinta-feira, 12 de março de 2009

FLORES ENAMORADAS

Durante a leitura da obra O Rapaz de Bronze de Sophia de Mello Breyner Andresen, os alunos do 6º C e do 6º D descobriram que, tal como acontece na vida das pessoas, também há “Amores e Desamores” entre as flores. Quem diria?! Então resolveram “meter-se na pele”dessas flores e tentar esclarecer as coisas…

Clareira dos Plátanos, 14de Fevereiro de 2009

Querida Tulipa:

Gosto mesmo muito de ti!
Mas, naquela Festa das Flores, eu fiquei muito triste, porque tu não quiseste vir dançar comigo. Eu falava para ti, com carinho e tu olhavas apenas para o teu reflexo dourado na água limpa e brilhante do lago!
Depois, o Nardo convidou-te para dançar e tu foste e deixaste-me ali sozinho!
A Florinda, a menina da jarra, ficou preocupada comigo e eu disse-lhe que não havia nada, mas ela via bem que eu estava triste!
Volta para mim, Tulipa, porque eu desculpo tudo o que me fizeste, porque te adoro.
E viste? O Nardo também te deixou sozinha e foi dançar com a Flor do Muguet e eu sei que também ficaste triste. Afinal, ele não deve gostar de ti…
Tu és tão bonita, Tulipa, e estás sempre tão bem arranjada!
Eu estou disposto a respeitar-te como marido e mulher.
E, para já, estou a convidar-te para ires a uma outra festa comigo, está bem, meu amor? Espero que tudo aí corra bem entre nós!

O sempre teu, Gladíolo

P.S.: Ainda havemos de ser muito felizes para sempre, com três filhos: um Gladiolozinho, uma Tulipinha e talvez uma Begoniazinha.
(José Silva –Nº 15 – 6º D )



Clareira dos Plátanos, 14de Fevereiro de 2009

Tulipa:

Eu sei que já te perdoei muitas vezes mas, desta vez, acho que não te vou mesmo perdoar! Tu foste muito ingrata comigo, na Festa das Flores, assim como tens sido ingrata com muitas outras flores. És uma vaidosa incorrigível!
Eu esperei por ti, ao pé da jarra de pedra do jardim e tu, em vez de vires para ao pé de mim, não! Foste para a beira do lago sozinha. Eu fui o único que te conseguiu aturar mas, depois, tu, tonta com o perfume do Nardo foste logo dançar com ele!
Mas tiveste depois o castigo merecido, porque o Nardo trocou-te pelo perfume da Flor do Muguet e foi dançar com ela, deixando-te no meio do baile!
E tu ficaste ali sozinha e triste, mas isso foi muito bem feito para aprenderes a seres mais justa e menos vaidosa.
E sabes que mais? Vou fazer umas férias com a minha namorada, a Rosa.
Eu sei que antes, eu e ela não nos dávamos lá muito bem, mas acabei por descobrir que ela é uma flor ideal e muito bonita!
Por isso, adeus, Tulipa e não me venhas procurar, como já tentaste fazer! Acabou tudo, entre nós!

Gladíolo
(Sandro Silva – Nº 21 – 6º D)


Clareira dos Plátanos, 14 de Fevereiro de 2009

Nardo:

Eu acho que o que tu me fizeste, na Festa das Flores, foi um grande erro da tua parte. Tu podias ter ficado comigo e não ficaste. Em vez disso, deixaste-me a dançar sozinha e foste atrás daquele perfume horroroso da Flor do Muguet!
Mas já te aviso: agora, nem que queiras ficar comigo, eu já não te quero!
Sabes uma coisa? Eu pensava que tu eras a flor dos meus sonhos, a mais bela mas, afinal, descobri que não!
Eu bem podia ter ficado com o Gladíolo, mas não fiquei, porque pensava que tu gostavas de mim e, agora, ele gosta é da Rosa! Estou mesmo decepcionada contigo! E, por tua causa, agora nenhuma flor gosta de mim, por eu não ter dançado com elas, sempre a pensar em ti. Eu que tive tantas flores aos meus pés, mas não aceitei, sempre a correr para ti!
Posso dizer, Nardo, que eu fui mesmo uma grande estúpida! Não me apareças mais à frente!

Tulipa
(Alexandra Dias – Nº 1 – 6º C)



Clareira dos Plátanos, 14 de Fevereiro de 2009
Nardo:

Desde a Festa das Flores que eu não paro de pensar no que me fizeste! Pois lê bem o que se segue!
Nunca pensei que tu fosses capaz de me trocar pela Flor do Muguet! Ela até pode cheirar bem, mas eu sou muito mais bonita e muito mais livre.
Ela está sempre debaixo das folhas, escondida, e eu, não! Adoro ter as minhas pétalas sedosas e amarelinhas, ao sol!
Pois eu até pensei em perdoar a traição que me fizeste, mas reflecti e não vou mesmo perdoar-te.
Detesto que me deixem “pendurada”e foi isso exactamente que tu me fizeste!
Bem pensei que tivesses vergonha e me escrevesses uma carta a pedir desculpa por me teres trocado por essa Flor do Muguet, mas nada! Por isso, nunca te vou perdoar!
E tem mais: posso não ser uma flor tão perfumada como ela, mas lá que sou muito mais bonita, isso bem eu sei! Além disso, por causa de ti, o Gladíolo não quis mais nada comigo, ele, o meu verdadeiro amor!
Mas, ainda vou tentar conquistá-lo e, a ti, não te quero mesmo ver mais, nem por perto nem por longe do meu luxuoso canteiro!

Tulipa, a Bela
( Inês Ferreira –Nº 15 – 6º C)

terça-feira, 10 de março de 2009

NOVA CARTA DE PHILEAS FOGG

O Cata-Letras acabou de receber mais uma carta de Phileas Fogg. Neste momento, Fogg encontra-se já no extremo oriente e prepara-se para começar a sua travessia do Pacífico.

E, já que o nosso herói tem arranjado sempre um tempinho para nos escrever, julgo ser nossa obrigação enviar-lhe algumas palavras de incentivo. Para isso, basta que deixem os vossos comentários no final da carta.

Olá amigos de V. N. de Poiares!

Antes de mais, gostaria de agradecer as vossas mensagens de incentivo. Sempre que posso, espreito o Cata-Letras para me manter em contacto convosco. Estou cheio de saudades vossas. Quem me dera que estivessem aqui para me ajudarem nesta grande empresa. Até da mula Carriça sinto a falta, imaginem! Que jeito que ela me teria dado em algumas situações imprevistas que tenho enfrentado...

Não percebo, ainda assim, os vossos avisos em relação ao Sr. Fix, pessoa que não me parece tão ameaçadora como vocês insinuam. Não acham que estão a exagerar?

Entretanto, já estou em Xangai, na China, depois de ter vivido um episódio fantástico na minha viagem, quando ainda me encontrava na Índia. Quando seguia de elefante em direcção a Calcutá, salvei, com a ajuda do meu fiel Passepartout, uma bela donzela que uns nativos se preparavam para queimar viva! A menina chama-se Auda e vai seguir viagem connosco para Yokohama no Japão. De terras nipónicas, conto sair rapidamente de navio em direcção à América.

Espero que continuem a deixar as vossas mensagens, que me têm sido muito úteis nos momentos em que me sinto mais desmotivado.

Assim que puder (e tiver tempo) deixar-vos-ei aqui no blog mais algumas palavras.

Até à próxima!

O vosso sempre amigo,

Phileas Fogg

quinta-feira, 5 de março de 2009

+ TEXTOS DO 6º ANO

A professora Helena Lima enviou-nos mais três textos de alunos do sexto ano da nossa escola. Os temas tratados são diversos mas a qualidade é o denominador comum.

Amizade na escola

Era uma vez um menino chamado João e outro menino chamado José. Eles eram colegas de turma e eram, também, os melhores amigos.
Um dia, quando receberam as notas de um teste de Língua Portuguesa, o José disse, muito contente: «Tive Muito Bom!»
Mas o João tinha tido apenas Bom.
Na aula a seguir, ou seja, em Educação Física, o melhor foi o João e, ao fazer acrobacias no trampolim gigante, todos os colegas ficaram espantados pelo facto de ele fazer aqueles exercícios tão bem feitos.
O José é que não teve sorte, porque não tinha tanto jeito e acabou por cair e teve de ser levado para o hospital.
Na semana seguinte, saiu do hospital e, como tinha um trabalho de grupo para fazer com o seu amigo João, começaram logo, então, a trabalhar.
Uma hora depois, o trabalho estava pronto e foi o João quem o guardou.
Mas, passados dois dias, era o dia da entrega e ele não sabia onde tinha posto o trabalho.
O José, ao saber do que aconteceu, ficou muito zangado, gritou com ele e até deixou de lhe falar.
Mas, na hora da entrega, quando o João abriu o dossiê, encontrou lá o trabalho!
O José pediu desculpa ao João por lhe ter gritado daquela maneira e ele aceitou as desculpas.
E ficaram os dois muito felizes e mais felizes ficaram ainda quando, na semana seguinte, tiveram ambos Muito Bom.
E, a partir desse dia, prometeram nunca mais voltarem a zangar-se, porque a amizade é muito importante.
(Maria Pedroso – Nº 21 – 6º C)


Animal de estimação
O meu animal de estimação é o meu gato chamado Pipoca.
Há algum tempo atrás, estava eu, com a minha mãe e com o meu pai, a jantar. A porta da cozinha estava aberta e o Pipoca saiu. Não veio dormir a casa e, no dia seguinte, quando acordei, a primeira coisa que eu fiz foi abrir a porta mas, quando a abri, tive um desgosto enorme: ele não estava lá.
Como tive de vir para a escola, fiquei preocupada, porque nunca tinha acontecido antes, o Pipoca não aparecer.
Estive o dia todo com esperança de, quando chegasse a casa, o encontrar de novo.
Mas, no fim do dia, não via lá o Pipoca. Fui, então ao terraço, chamei-o, fui às terras e nada!
Esperei até ser mesmo noite e nada! Continuava sem saber por onde ele andava e cada vez estava mais preocupada.
E nessa noite não consegui dormir a pensar no meu fofinho Pipoca!
No dia seguinte, de manhã, aconteceu exactamente a mesma coisa: do Pipoca nem rasto! E eu só tinha mesmo era vontade de chorar.
Durante toda a manhã, só pensava nele e, como era quarta-feira, cheguei cedo a casa.
Fui outra vez até ao terraço, gritei por ele, chamei-o e…quando olhei para trás, lá estava aquele maroto!
Fiquei tão contente! E sabem porquê? Porque eu já tive dez gatos, mas tenho um vizinho muito mau a quem chamam o “Mata-gatos” que mata todos os gatos que lhe aparecem pela frente e os meus, lá foram, também.
Não gostavam de ter um vizinho assim, pois não?
(Susana Filipa – Nº 24 – 6º D)



A minha ovelhinha cor-de-rosa

Eu tenho um bonito peluche, desde que nasci. É uma ovelha, mas não é uma ovelha qualquer; é uma ovelhinha cor-de-rosa, muito querida e fofinha que eu guardo e que, para mim, é insubstituível.
Todos os anos, quando vou para fora, para a praia, levo-a sempre comigo.
Mas…houve um ano, ainda eu era pequenina, em que me esqueci de a meter na minha mochila.
Estávamos na praia, e a minha mãe decidiu pôr-me a fazer uma sesta. Foi então que eu dei por falta da minha ovelhinha!
Então, perguntei se, por acaso, alguém ma tinha levado e todos à volta deram uma gargalhada e a minha mãe disse-me, mostrando-a:
- Sim, nós temos aqui a tua ovelhinha! E, agora, dorme, porque está ainda muito calor!
E, depois desse dia, nunca, mas nunca mais, me esqueci de levar, eu mesma, a minha ovelhinha!
(Sílvia Carvalho – Nº 22 – 6º D)

terça-feira, 3 de março de 2009

MANUAL DE INSTRUÇÕES PARA A LEITURA