quinta-feira, 12 de março de 2009

FLORES ENAMORADAS

Durante a leitura da obra O Rapaz de Bronze de Sophia de Mello Breyner Andresen, os alunos do 6º C e do 6º D descobriram que, tal como acontece na vida das pessoas, também há “Amores e Desamores” entre as flores. Quem diria?! Então resolveram “meter-se na pele”dessas flores e tentar esclarecer as coisas…

Clareira dos Plátanos, 14de Fevereiro de 2009

Querida Tulipa:

Gosto mesmo muito de ti!
Mas, naquela Festa das Flores, eu fiquei muito triste, porque tu não quiseste vir dançar comigo. Eu falava para ti, com carinho e tu olhavas apenas para o teu reflexo dourado na água limpa e brilhante do lago!
Depois, o Nardo convidou-te para dançar e tu foste e deixaste-me ali sozinho!
A Florinda, a menina da jarra, ficou preocupada comigo e eu disse-lhe que não havia nada, mas ela via bem que eu estava triste!
Volta para mim, Tulipa, porque eu desculpo tudo o que me fizeste, porque te adoro.
E viste? O Nardo também te deixou sozinha e foi dançar com a Flor do Muguet e eu sei que também ficaste triste. Afinal, ele não deve gostar de ti…
Tu és tão bonita, Tulipa, e estás sempre tão bem arranjada!
Eu estou disposto a respeitar-te como marido e mulher.
E, para já, estou a convidar-te para ires a uma outra festa comigo, está bem, meu amor? Espero que tudo aí corra bem entre nós!

O sempre teu, Gladíolo

P.S.: Ainda havemos de ser muito felizes para sempre, com três filhos: um Gladiolozinho, uma Tulipinha e talvez uma Begoniazinha.
(José Silva –Nº 15 – 6º D )



Clareira dos Plátanos, 14de Fevereiro de 2009

Tulipa:

Eu sei que já te perdoei muitas vezes mas, desta vez, acho que não te vou mesmo perdoar! Tu foste muito ingrata comigo, na Festa das Flores, assim como tens sido ingrata com muitas outras flores. És uma vaidosa incorrigível!
Eu esperei por ti, ao pé da jarra de pedra do jardim e tu, em vez de vires para ao pé de mim, não! Foste para a beira do lago sozinha. Eu fui o único que te conseguiu aturar mas, depois, tu, tonta com o perfume do Nardo foste logo dançar com ele!
Mas tiveste depois o castigo merecido, porque o Nardo trocou-te pelo perfume da Flor do Muguet e foi dançar com ela, deixando-te no meio do baile!
E tu ficaste ali sozinha e triste, mas isso foi muito bem feito para aprenderes a seres mais justa e menos vaidosa.
E sabes que mais? Vou fazer umas férias com a minha namorada, a Rosa.
Eu sei que antes, eu e ela não nos dávamos lá muito bem, mas acabei por descobrir que ela é uma flor ideal e muito bonita!
Por isso, adeus, Tulipa e não me venhas procurar, como já tentaste fazer! Acabou tudo, entre nós!

Gladíolo
(Sandro Silva – Nº 21 – 6º D)


Clareira dos Plátanos, 14 de Fevereiro de 2009

Nardo:

Eu acho que o que tu me fizeste, na Festa das Flores, foi um grande erro da tua parte. Tu podias ter ficado comigo e não ficaste. Em vez disso, deixaste-me a dançar sozinha e foste atrás daquele perfume horroroso da Flor do Muguet!
Mas já te aviso: agora, nem que queiras ficar comigo, eu já não te quero!
Sabes uma coisa? Eu pensava que tu eras a flor dos meus sonhos, a mais bela mas, afinal, descobri que não!
Eu bem podia ter ficado com o Gladíolo, mas não fiquei, porque pensava que tu gostavas de mim e, agora, ele gosta é da Rosa! Estou mesmo decepcionada contigo! E, por tua causa, agora nenhuma flor gosta de mim, por eu não ter dançado com elas, sempre a pensar em ti. Eu que tive tantas flores aos meus pés, mas não aceitei, sempre a correr para ti!
Posso dizer, Nardo, que eu fui mesmo uma grande estúpida! Não me apareças mais à frente!

Tulipa
(Alexandra Dias – Nº 1 – 6º C)



Clareira dos Plátanos, 14 de Fevereiro de 2009
Nardo:

Desde a Festa das Flores que eu não paro de pensar no que me fizeste! Pois lê bem o que se segue!
Nunca pensei que tu fosses capaz de me trocar pela Flor do Muguet! Ela até pode cheirar bem, mas eu sou muito mais bonita e muito mais livre.
Ela está sempre debaixo das folhas, escondida, e eu, não! Adoro ter as minhas pétalas sedosas e amarelinhas, ao sol!
Pois eu até pensei em perdoar a traição que me fizeste, mas reflecti e não vou mesmo perdoar-te.
Detesto que me deixem “pendurada”e foi isso exactamente que tu me fizeste!
Bem pensei que tivesses vergonha e me escrevesses uma carta a pedir desculpa por me teres trocado por essa Flor do Muguet, mas nada! Por isso, nunca te vou perdoar!
E tem mais: posso não ser uma flor tão perfumada como ela, mas lá que sou muito mais bonita, isso bem eu sei! Além disso, por causa de ti, o Gladíolo não quis mais nada comigo, ele, o meu verdadeiro amor!
Mas, ainda vou tentar conquistá-lo e, a ti, não te quero mesmo ver mais, nem por perto nem por longe do meu luxuoso canteiro!

Tulipa, a Bela
( Inês Ferreira –Nº 15 – 6º C)

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