quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A chuva

            Publicamos hoje mais um texto da nossa colega Maria Celeste Brigas Correia que, apesar de já não fazer parte do corpo docente da nossa escola, está sempre presente no nosso coração!

A chuva

         Eu era a personagem mais fria e incómoda de todas as que viviam naquela região. Todavia, o meu dia luminoso chegou. O Sol aqueceu as nuvens e eu libertei-me daquele cativeiro que me reduzia a uma massa gasosa…
De um escuro cinzento e carregado, passei a vestir-me dum branco opaco e luminoso que o meu amigo Sol me emprestou colocando-se atrás de mim. Fui tomando não só as cores, como também novas formas… Sim, todas as formas da tua imaginação rica e criativa. Fui Leão, Anjo, Coelho, Paisagem, Paraíso, Sonho, Aventura…
            Houve uma ocasião que o Vento me levou, o Sol aqueceu-me e, então, pude cair, primeiro gota a gota, para acariciar meigamente a Terra que começava a cansar-se de me esperar. À medida que penetrava na terra sentia que devia cair cada vez mais rápido e mais intenso para a fertilizar. Houve ocasiões em que tive de cair em rajadas para encher as fontes a fim de que elas, pensando em mim, continuassem a vida na Terra.
            Já ouviste falar em tempestades?!... Nem sempre me controlo e, fenómenos mais violentos vestem-me de granizo…
            A violência traz sempre lágrimas, fome, morte, miséria,.. Conheces a realidade da vida!.. Bem sabes que quero o BEM da NATUREZA !!!
            Já vês, sou a Chuva.
            Tudo corre bem quando ando de mãos dadas com o Sol. Moro nas nuvens, nos jardins, nas sementeiras… nas colheitas…
            Moro nos teus sonhos que te cobrem de nuvens e por baixo dos teus pés, alimentando a terra que pisas e onde vives.
            Sou a auréola da tua vida e de todo o “Viver”!

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